A Associação de Supermercados de Mato Grosso (Asmat) prevê um aumento no preço do arroz em virtude das chuvas que atingem o Rio Grande do Sul, maior produtor do cereal no Brasil. Mesmo com a safra no Sul quase finalizada e a pretensão do governo federal em importar arroz, os preços vão variar, pesando no bolso dos consumidores brasileiros. O Procon estadual já avisou que vai monitorar os preços semanalmente e fiscalizar os estabelecimentos, para evitar abusos.
"Não há sinalização de escassez do produto nos mercados, então já temos ordem de serviço para fiscalizar toda semana os preços e coibir abusos", afirmou o coordenador de Fiscalização do Procon-MT, Ivo Vinícius Firmo.
Diante da possibilidade de aumento e com medo de que falte arroz nas gôndolas, a população já começou a comprar o produto em maior quantidade, o que de pronto compromete o estoque e, consequentemente, eleva o preço. Por isso, alguns mercados de Cuiabá estão limitando a quantidade de arroz por consumidor. Dependendo do supermercado, o limite varia entre cinco e dez pacotes de arroz por cliente.
"Até o momento não há falta de arroz nas gôndolas. Sobre as limitações de venda do produto que podem estar ocorrendo em alguns estabelecimentos, isso diz respeito à política interna das próprias empresas", esclarece a Asmat em nota encaminhada à imprensa.
Segundo o representante do Procon, não há irregularidade em impor um limite de quantidade para compra, desde que o mercado informe corretamente o consumidor. "O Procon entende que o estabelecimento pode fazer essa limitação de produtos promocionais. No caso, o que estamos vendo, é uma iniciativa que evita o abuso de poder econômico. Como assim? Um mercado menor não pode chegar e comprar tudo e deixar os outros sem acesso ao produto, para revender com preço maior, como já vimos acontecer no passado", explica.
"Essa limitação visa permitir que mais consumidores tenham acesso, então ela é aceitável", pontua Ivo.
O cenário de desespero dos consumidores por estocar arroz e os mercados tendo que limitar a quantidade se repete por todo o país, muito por conta da desinformação sobre suposto desabastecimento, que é desmentido por representantes do setor produtivo, como a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), ou mesmo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Conforme o presidente da Federarroz, André Matos, o Rio Grande Sul já estava finalizando a colheita do arroz quando o desastre climático atingiu a região. Em entrevista à rádio Eldorado FM, do Estadão, ele lembrou que houve um aumento de 7% da área plantada. "O Rio Grande do Sul deverá colher mais de 7 milhões de toneladas, já tem colhido mais de 6 milhões. Então são informações e números que nós queremos passar para os ouvintes da rádio e que não tem nenhum risco, de nenhum tipo de desabastecimento interno. Nós vamos seguir ofertando arroz em volume e qualidade suficiente como nós sempre fizemos", garantiu.
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